ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 06.11.1992.
Aos seis dias do mês de
novembro do ano de mil novecentos e noventa e dois reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua
Centésima Vigésima Sexta Sessão Ordinária da Quarta Sessão Legislativa
Ordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quinze minutos foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Ervino Besson, Elói Guimarães, Gert
Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, José
Alvarenga, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz
Machado, Mano José, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Wilton Araújo,
Adroaldo Correa, Mário Fraga, Divo do Canto e Manira Buaes. Constatada a
existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Centésima
Vigésima Quinta Sessão Ordinária, bem como das Atas da Quadragésima Terceira e
Quadragésima Quarta Sessões Extraordinárias, as quais foram aprovadas. A
seguir, o Senhor Presidente, informou que, no dia cinco do corrente, compareceu
ao Gabinete da Presidência a Suplente Manira Buaes, oportunidade em que foi
empossada na Vereança em substituição ao Vereador Wilson Santos, passando a
integrar a Comissão de Economia e Defesa do Consumidor. Do EXPEDIENTE constaram
os Ofícios nºs 919 e 922/92, do Gabinete do Governador do Estado. À MESA foram
encaminhados: pelo Vereador Airto Ferronato, 06 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Informações; pelo Vereador Isaac Ainhorn,
03 Pedidos de Providências; pelo Vereador Leão de Medeiros, 01 Emenda aposta ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 11/92 (Processo nº 2097/92); pelo
Vereador Luiz Braz, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 168/92 (Processo nº
2222/92) e pela Mesa, 01 Projeto de Lei
do Legislativo nº 170/92 (Processo nº 2255/92). Em PAUTA ESPECIAL estiveram, em
6ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nºs 58, 60, 61, 62 e 63/92. Em
PAUTA, 5ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 47/92. Em PAUTA – Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 156
e 160/92 e o Projeto de Lei do Executivo nº 66/92; em 2ª Sessão, o Projeto de
Lei do Executivo nº 54/92 e os Projetos de Lei Complementar do Executivo nºs 09
e 10/92; e, em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 43 e 44/92. Ainda, em
PAUTA – Discussão Preliminar, por um lapso esteve o Projeto de Lei do Executivo
nº 16/92, discutido pelos Vereadores João Dib, Antonio Hohlfeldt e Vicente Dutra.
A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A
seguir, foi deferido pelo Senhor Presidente Requerimento do Vereador João Dib,
solicitando que a rubrica 21234 – 4311.00 do Projeto de Lei do Executivo nº
67/92 seja votada com destaque. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o
Projeto de Lei do Executivo nº 67/92, com ressalva do destaque e da Emenda a
ele apostos, após ter sido discutido pelos Vereadores João Dib, Isaac Ainhorn,
João Verle, Antonio Hohlfeldt e Omar Ferri. Após, foi votado destacadamente e
rejeitada a rubrica 21234-4311.00 deste Projeto, por doze Votos SIM contra
treze Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado o Senhor Presidente, e tendo
votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Edi Morelli, Isaac Ainhorn, João Dib,
Leão de Medeiros, Luiz Braz, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra, Mário Fraga,
Letícia Arruda e Manira Buaes, votado Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, João Motta,
João Verle, José Alvarenga, Adroaldo Correa, Cyro Martini, Ervino Besson, Lauro
Hagemann e Dilamar Machado e optado pela Abstenção o Vereador Gert Schinke.
Ainda, com relação ao Projeto de Lei do Executivo nº 67/92, foi aprovada a
Emenda a ele aposta, por quinze Votos SIM contra dez Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO,
tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz
Braz, Mano José, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Mário Fraga e Manira
Buaes, votado Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clóvis Ilgenfritz, Décio
Schauren, Giovani Gregol, João Motta, João Verle, José Alvarenga, Lauro
Hagemann, Adroaldo Correa e Cyro Martini, e optado pela Abstenção o Vereador
Gert Schinke. Na ocasião, os trabalhos estiveram suspensos por dez minutos, nos
termos regimentais, e o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do
Vereador Antonio Hohlfeldt, acerca da prejudicialidade ou não da Emenda aposta
ao Projeto de Lei do Executivo nº 67/92, face a rejeição da rubrica
21234-4311.00 constante deste Projeto. Também, o Senhor Presidente esclareceu
aos Senhores Vereadores acerca da tramitação, na Casa, do Projeto de Orçamento
do Município, bem como da forma e dos prazos relativos à apresentação de
Emendas a este Projeto. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os
Projetos de Lei do Executivo nºs 17 e 33/92. Em Renovação de Votação foi
rejeitado, através de votação simbólica, o Projeto de Lei do Legislativo nº
87/92, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Elói Guimarães,
Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz e João Dib. Ainda, foram aprovados Requerimentos
do Vereador João Verle, solicitando que os Projetos de Lei do Executivo nºs 17,
33 e 67/92 sejam dispensados de distribuição em avulsos e interstício para suas
Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data. Após, o Vereador Dilamar
Machado solicitou que seja votado em destaque o artigo 2º do Projeto de
Resolução nº 34/92. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Resolução
nº 34/92, encaminhado à votação pelos Vereadores Leão de Medeiros e Omar Ferri,
o qual, após ter encerrado seu período de encaminhamento, deixou de ser votado
face a inexistência de “quorum”. Durante os trabalhos, o Senhor Presidente
registrou a presença, no Plenário, do Vereador paranaense Darcy Galvan. Às onze
horas e trinta e dois minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dilamar Machado, Airto Ferronato e
Leão de Medeiros e secretariados pelos Vereadores Leão de Medeiros, Clóvis
Ilgenfritz e Airto Ferronato, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Leão de
Medeiros, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por
mim.
O SR. PRESIDENTE (Dilamar Machado): Havendo “quorum”, passamos à
6ª SESSÃO
PROC.
Nº 2091/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 58/92, que estima a Receita e fixa a despesa da
Administração Direta do Município para o exercício econômico-financeiro de
1993.
PROC.
Nº 2093/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 60/92, que estima a receita e fixa a despesa da
Fundação de Educação Social e Comunitária para o exercício econômico-financeiro
de 1993.
PROC.
Nº 2094/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 61/92, que estima a Receita e fixa a despesa do Departamento Municipal de
Limpeza Urbana para o exercício de 1993.
PROC.
Nº 2095/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 62/92, que estima a Receita e fixa a despesa do
Departamento Municipal de Habitação, para o exercício econômico-financeiro de
1993.
PROC.
Nº 2096/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 63/92, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Água e Esgoto para o exercício econômico-financeiro
de 1993.
O SR. PRESIDENTE: Não há orador inscrito para discutir a
Pauta Especial, passamos à
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1926/92 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 156/92, do Ver. Wilson Santos, que estabelece
prazo para pagamento, sem ônus, do IPTU e das taxas de água, de esgoto e de
lixo.
PROC.
Nº 1991/92 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/92, do Ver. Dilamar Machado, que denomina
Eduardo Zaccaro Faraco o largo fronteiro ao Hospital de Clínicas de Porto
Alegre.
PROC.
Nº 2134/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 66/92, que autoriza o Município a alienar imóvel
de sua propriedade, com dação em pagamento, a Annita Vanário Mistrello, Plínio
Vanário Mistrello e Ismael Vanário Mistrello e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1923/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 54/92, que autoriza o Município e alienar área
remanescente de propriedade municipal a Roberto Ubirajara Marques, com base no
art. 208 da Lei Complementar nº 43/79.
PROC.
Nº 1963/92 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 09/92, que inclui parágrafo único ao artigo 37
da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, com a redação dada pela
Lei Complementar nº 180, de 18 de agosto de 1988, e dá outras providências.
PROC.
Nº 1988/92 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 10/92, que acrescenta o inciso V ao artigo 49, e
letra “i” ao inciso II do artigo 139, dá nova redação ao Capítulo III da Lei
Complementar nº 43, de 21 de julho de 1979, e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 1690/92 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 43/92, do Ver. Artur Zanella, que concede o título honorífico de
Cidadão Emérito ao Senhor Fernando Affonso Gay da Fonseca.
PROC.
Nº 1738/92 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 44/92, do Ver. Artur Zanella, que concede o título honorífico de
Cidadão Emérito ao Engenheiro Luiz Martins Fialho.
5ª SESSÃO
PROC.
Nº 1925/92 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 47/92, do Ver. Luiz Machado, que altera o inciso I ao art. 147 e o
inciso I do art. 148, do Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: Não há Vereador inscrito para discutir a
Pauta.
Havendo “quorum”, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC.
Nº 727/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 16/92, que autoriza o Poder Executivo a permutar
imóveis do patrimônio público por outro, de propriedade de François Wertheimer.
Parecer:
-
da CJR. Relator, Ver. Vicente Dutra: pela aprovação.
- da CFO. Relator, Ver. Luiz Machado: pela rejeição.
- da CUTHAB. Relator, Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João Dib para
discutir o PLE nº 16/92.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho
ocupado esta tribuna para criticas fortes à Administração da Prefeitura, sem
deixar de brindar, também, a Comissão de Finanças desta Casa.
Na
quarta-feira, tentava-se votar neste plenário Projeto de Lei autorizando
permuta de terreno. Eu vim à tribuna e disse que não passaria atestado de
incompetência, ainda que a Comissão de Finanças o fizesse, igual à
incompetência do Prefeito – que assinava no Processo dizendo que um terreno com
352m2 e 11m de frente, segundo ele, o que é outra incompetência, era
inferior ao lote-padrão. Ora, o lote-padrão é 330m2 com 10m de
frente. Esse tem 11m de frente e 30,20 de profundidade, o que perfaz, não 352,
de acordo com as incompetências lá instaladas mas, sim, 372,20m. Portanto, há
um erro de 20 m2 .
Algumas
coisas me levaram a examinar com mais profundidade o que aqui se encontra,
porque a CFO disse que está tudo certo. Não está nada certo, está tudo errado.
A partir dos 20m² de diferença, deve-se considerar que a estimativa de custo do
metro quadrado feito pela brilhante Administração da Prefeitura faz com que o
terreno da Germano Hasslocher para ser permutado pelo terreno da Av. Azenha, lá
na Germano, tenha sido avaliado por Cr$ 6.004,00 o metro quadrado e na Azenha –
pasmem – Cr$ 416.400,00 o m². Que bom negócio! E a Comissão de Finanças diz que
está tudo certo. É por isso que eu gosto da distribuição de cargos, da
preocupação com os cargos que existem nesta Câmara.
Agora
o Executivo Municipal, com aquele cuidado que o caracteriza, com aquela
competência que o caracteriza por todos aqueles funcionários que foram
colocados sem necessidade, porque deixaram os competentes de lado, nos manda um
novo Projeto de Lei, mais uma permuta. Esqueceram de botar o preço, meu Deus do
céu! E agora o que vamos fazer com os competentes? Eu agora passei a examinar
todos, detalhadamente, porque a Comissão de Finanças não o faz, como não o faz
com as contas da Prefeitura (art. 119, da Lei Orgânica); como não fazem também
com o censo dos municipários, que não foi feito (art. 23, da Lei Orgânica);
como não faz também (art. 125) como o artigo que determina que os gastos de
publicidade sejam encaminhados a esta Casa de dois em dois meses.
Então, Sr. Presidente, V. Exª tem demonstrado muita preocupação, Ver. Leão de Medeiros, com a planta de valores, mas os valores não têm planta, os valores não têm quem os cuide nesta Casa do Dr. Olívio e do Dr. Tarso Fernando. É por isso que nós encontramos na Rua Germano Hasslocher 16.004,00 o m², Av. Azenha 16.400,00 o m². Eu até acho que eles se enganaram ao datilografar. Eles queriam colocar 16.004, também. Que beleza! Eu vou devolver o processo que está em carga para mim, da permuta da qual eu pedi adiantamento por cinco Sessões, porque a Secretaria da Fazenda deveria ter comparecido no meu gabinete para informar e não o fez. Então, quando o Prefeito diz que não comete irregularidades, eu até acredito, mas a irregularidade maior foi colocar tanta na Prefeitura, tem mais quatro mil do que quando ele entrou. Eu leio e leio os nomes das pessoas que assinam e não as conheço. Eu vivi a vida inteira na Prefeitura e sei que os competentes estão afastados, continuam recebendo, o Prefeito continua pagando, sem dúvida nenhuma, é obrigação, mas nós estamos substituindo por novos assessores do PT, vindos de São Paulo, estamos substituindo por estagiários vindos de todas as partes; estamos substituindo por cartas-contrato, o que é uma ilegalidade, mas ninguém analisa nesta Casa. E é por isso que nós temos que fazer a composição da Mesa, das Comissões até sem colocar determinadas elites, agora eu vou dizer elites, é uma palavra que assusta as pessoas; determinadas experiências, determinadas competências e muita responsabilidade e seriedade. Então nós fazemos composições onde partidos que estão dentro da Casa, não estão fora, não são nem consultados, não são nem notificados. Mas o interesse do povo, o interesse da Cidade pode ser resolvido a qualquer hora aí com mais uma leizinha, com mais uma coisinha a ser feita para enganar, não para decidir as coisas que precisam ser decididas, não para fiscalizar as coisas que precisam ser fiscalizadas, mas para resolver os problemas dos nossos amiguinhos, dos nossos companheiros. É por isso que nós assumimos funções, cargos e distribuímos cargos. Parece que isso nos interessa muito. Agora, a seriedade no trato da coisa pública, ora, isso qualquer dia vem uma revolução e coloca as coisas todas nos lugares. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Leão de Medeiros): Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, muito
especialmente o Ver. João Dib. Durante o primeiro mandato nesta Casa, a partir
de 1983, nas diferentes Comissões que integrei, Ver. João Dib, eu procurei e
sempre me preocupei no acompanhamento desses processos que trabalham com
permutas, e acho que também, ao longo desses anos, o Ver. Lauro Hagemann tem-se
dedicado muito especialmente na Comissão de Finanças, ou em outras Comissões, à
análise desses processos. Eu gostaria de lembrar que uma modificação importante
que se processou, ainda no tempo da Administração do Prefeito Collares, foi
exatamente por iniciativa minha, no âmbito da Comissão presidida pelo então
Ver. Brochado da Rocha, Comissão de Economia e Finanças, que nós passamos a
pedir que a Comissão de Avaliação de Imóveis levasse em conta nas suas
avaliações a posição dos terrenos de esquina, que, evidentemente têm uma
valorização superior a terrenos de meia de quadra, por exemplo. E, portanto,
tem havido nesta Casa um cuidado, na medida do possível, com esses processos.
No caso do processo em pauta, que é uma permuta com terrenos de propriedade de
François Wertheimer, e de sua herança, eu próprio sou relator, pela CUTHAB, e
posso dizer, Ver. João Dib, que examinei o Processo com muito cuidado. E acho
que não só eu, como os demais Vereadores, inclusive o Ver. Vicente Dutra, que,
na Comissão de Justiça e Redação, fez a análise do Processo, e todos nós
levantamos questões, buscamos a discussão havida, inclusive no âmbito da
Procuradoria do Município, e entendemos que, pelo que ali estava colocado,
realmente o Processo estava correto. V. Exª verificou, e verificou
corretamente, equívocos na área de avaliação e na área de cálculo final. Eu
creio que seja, inclusive, uma coisa que deva nos servir de alerta, e que, de
modo geral, efetivamente, acho que nenhum Vereador acaba refazendo os cálculos,
as avaliações que são feitas diretamente na CAI pelos técnicos da SMOV, e que
chegam depois à nossa Casa, às nossas mãos, às relatorias diferenciadas. Eu
tenho me preocupado com o cálculo correto das metragens dos terrenos, eu tenho
procurado verificar se esses terrenos realmente estão vazios e não estão
ocupados, porque uma das mazelas que tínhamos aqui em 82, 83 e 84 é que muitas
vezes a Prefeitura aceitava ou oferecia terrenos invadidos e, portanto, ou a
Prefeitura recebia, ou recebia o particular em permuta, terrenos de que, de
fato, não poderia se valer de imediato, teria que fazer ainda todo um
procedimento jurídico para retirar invasores quando assim decidisse e conseguisse.
Foram coisas que eu acho que, ao longo dos anos, nós avançamos no
acompanhamento desses processos. Mas estamos descobrindo que ainda temos falhas
e acho que essa questão de refazer cálculos, quem sabe lá, partir daqui, quer
com a Comissão de Finanças, quer com a CUTHAB, que são as duas Comissões a quem
compete de fato esse tipo de coisa. Portanto, eu, com absoluta tranqüilidade,
com absoluta isenção, inclusive com a responsabilidade que me cabe como relator
de uma das Comissões, assumo o ônus eventual do erro de não ter visto o
equívoco que está colocado no âmbito desse Processo, sem nenhum problema e com
toda humildade. Agora, Ver. João Dib, acho que V. Exª se equivoca quando
mistura alhos com bugalhos. Eu quero relembrar a V. Exª, porque eu sei que V.
Exª sabe disso, e é apenas no âmago e na emoção do debate que V. Exª desvia o
caminho para um outro lado, que tanto os cálculos, como inclusive a Comissão de
Avaliação de Imóveis, não é integrada por nenhum CC, por nenhum funcionário
contratado ligado a uma Administração. Obrigatoriamente são funcionários do
quadro, portanto não têm nada a ver com esta ou aquela Administração. E se
erros houve, e espero que tenha havido erros de boa fé, e não de má fé, eles
não têm nada a ver com um Prefeito ou outro, porque acho que como nós falhamos
aqui na Casa de não refazer os cálculos, acho que V. Exª vai convir em que
também o Prefeito Olívio, como também o Prefeito Dib e o Prefeito Collares, não
vai, no seu Gabinete, tendo uma assessoria que deva ser responsável, refazer
ele próprio os cálculos dos Processos, o que seria chegar às raias do absurdo
pedir que o Prefeito, qualquer que seja, refaça os cálculos, quando tem uma
equipe para isso. Então se há uma falha, e há, e não tenho dúvida disso, também
nós os Vereadores daqui das Comissões pelo qual passou, e eu isento a Comissão
de Justiça, a quem não compete examinar esse tipo de coisa, mas sem dúvida, as
demais Comissões, temos responsabilidade de não termos visto isso, o que vai
ser uma boa lição para começarmos a refazer esses cálculos, fazer os
acompanhamentos, embora seja uma questão extremamente técnica, para o que
teremos que rever inclusive assessorias, para se ter uma pessoa que tenha
prática em fazer os cálculos de avaliações de imóveis. Eu acho que V. Exª
comete uma injustiça, Ver. João Dib, quando mistura as coisas. Nem entro no
mérito quanto à questão política, etc, pois é uma opinião sua, da qual eu
discordo, mas respeito. Mas esses cálculos, como V. Exª sabe, são feitos por
funcionários de carreira, que não têm vinculação a uma ou outra Administração;
obedecem, inclusive critérios, que são adoções, aí sim políticas, talvez de
Administração, e que nesse caso inclusive o tipo de cálculo que é feito, e com
isso não estou defendendo resultados de avaliações finais de um caso ou outro,
pode até ter havido erros, mas que obedecem critérios que são definidos no
âmbito de Administrações, genericamente falando.
O Sr. João Dib: Nobre Ver. Antonio Hohlfeldt eu não disse
que o Prefeito errou os cálculos. Ele assinou cálculos errados. E também quando
eu falei nas pessoas novas que integram os quadros da municipalidade, 4 mil
precisamente, eu disse que era carta-contrato, eu por exemplo, leio aqui nomes
de engenheiros que eu não conheço. Eu não tenho conhecimento de que tenha
havido concurso para Engenheiro na Prefeitura, então, exatamente nas
avaliações, e as avaliações são feitas, sim, na Comissão de Alienação de
Imóveis, mas a partir de dados que lhes são entregues, da Prefeitura, sim. Mas
eu acho que as informações que chegam é que são incompletas, como agora, veja,
veio um Processo, onde recentemente nós aprovamos uma permuta contra o meu
voto. Uma permuta aqui do terreno da Monte Cristo com o terreno da Av.
Ipiranga, onde não havia as avaliações. Foi aprovado na Câmara.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Se nós aprovamos, Ver. Dib, eu quero
insistir também; culpa nossa, culpa nossa genericamente ainda que a minoria
tenha sido derrotada, mas nós temos que ter a humildade de aceitar quando
perdemos. Agora, se a Casa aprovou, errou. E se a Casa erra, nós temos que
admitir que também o Executivo pode errar. O que eu quero apenas é colocar isso
com muita clareza e manter a minha posição a essa altura histórica na Casa,
porque são 10 anos de mandato que sempre que nós verificarmos erros, dúvidas,
nesses Processos não tenho dúvidas. Como o Executivo não teve a capacidade de
responder à questão levantada pelo Ver. Dib e que eu inclusive enfatizava que
viesse um representante para fazer acompanhamento do Processo, eu acho que temos
uma medida bem objetiva, Ver. João Dib, é devolver o Processo em diligência ao
Executivo, que o Executivo faça o que lhe compete, corrigir. Que se vire o
Executivo, que é da sua função, e que nos mande o Processo correto. Eu só quero
desvincular e concluo Sr. Presidente, as questões mais diretamente
administrativas que nós temos que corrigir, temos responsabilidades nas
questões político-partidárias, acho que aqui, ao menos nesse caso, não são
pertinentes, sem querer entrar no âmbito dessa discussão com o Ver. Dib, que
parece que não é o momento da pauta, que é o momento que nós estamos vivendo.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Vicente Dutra.
O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa
tem bons juristas. Eu acho que, em termos de Legislatura, esta Casa teve assim
agüentado o seu nível cultural, intelectual, dos Senhores Vereadores,
especialmente neste campo jurídico. As decisões da Comissão de Justiça são
acatadas, são respeitadas, talvez individualmente possamos ter uma restrição
com um ou outro Vereador. Disse que um Vereador talvez não comprasse um carro
usado de outro, mas nas decisões tomadas em conjunto pela Comissão de Justiça
os senhores podem observar 90% a mais dessas decisões que estão sendo
amplamente acatadas pelo Plenário. De modo que ao examinar esse Processo, eu
fui Relator, tive cuidado, como tenho sempre em todos os Processos que me
chegam na Comissão de Justiça, particularmente neste Processo de permuta. Por
que tenho cuidado? Porque ao examinar a juridicidade de um Processo, por
exemplo, que dá nome a uma rua, se houver uma falha ali, de ordem jurídica, que
conseqüências pode acarretar isso? Ao munícipe, à cidade em si? Em todo caso, a
gente sempre tem o cuidado também nessas matérias. No título de Cidadão, ou
outras matérias que tramitam aqui na Casa sem maiores repercussões. Agora,
nessas matérias que dizem respeito a permutas, vendas sem licitação, há que se
ter um cuidado especial, porque daqui a 10 ou 15 anos, quando alguém fizer uma
pesquisa nos arquivos desta Casa e verificar que foi feito, por que foi feita a
permuta, e compulsar o Processo e verificar que ali tem um Parecer de uma
Comissão de Justiça, com tais e determinados Relatores, vai pensar “Mas como, esse
cidadão cometeu uma falha, esse erro brutal! Será que não estava conivente com
alguma coisa? Será que não levou alguma coisa por fora?” Então, eu tenho essa
preocupação. Examinei esse Processo, levei para a minha casa no fim-de-semana,
me deu muito trabalho. Acompanhei aqui um produtivo debate que se travou em
torno desse assunto, lá no Conselho Superior da Procuradoria-Geral do
Município, com uma equipe de Procuradores contrários à concessão, porque
implicava na troca da inclusão de um lote que não era um lote padrão. O lote
padrão, como nós sabemos, é um lote de 300m². E esse lote, um dos que estava
sendo oferecido pelo Município, para o cidadão que queria permutar, era um lote
de 123m². Portanto, não era um lote padrão. Então a discussão que se travou é a
seguinte: pode o Município, que exige do particular a dimensão mínima de 300m2
oferecer um lote abaixo dessas dimensões? Vejam só que discussão interessante
que se travou. Examinei, consultei, fiz jurisprudência, acompanhei os debates
que foram travados na Procuradoria, que estão inseridos no Processo, e cheguei
à conclusão de que o saldo o Município ganharia. Porque o Município autorizaria
através da lei, para isso tem Vereador e para isso existe esta Casa, para
decidir exatamente esses casos que são omissos dentro da legislação. Nós não
podemos contemplar tudo. Então, o Município ganharia, no sentido de autorizar a
construção de nenhum lote que não seja padrão, ou seja, inferior de 300 m², mas
ganharia lá em ampliar a instalação de uma praça em Porto Alegre. Essa praça,
eu não lembro o nome dela, fica próxima ao Grêmio Futebol Porto-Alegrense, não
consegue ser concretizada, porque existem ali alguns terrenos de propriedade
ainda particular remanescentes. Então, cede-se aqui e ganha-se muito ali. Nesse
sentido, eu optei em concordar e oferecer à aprovação aos meus pares e tive por
unanimidade a aprovação na Comissão de Justiça. Unanimidade, aqui, no dia 20 de
maio de 1992. Procurei transcrever no meu parecer todos esses detalhes que
estavam inseridos no Processo, inclusive esse conflito que eu registei no
parecer e identifiquei na Procuradoria-Geral do Município. E, até, no final, eu
fiz um elogio aos Procuradores dizendo assim: Os nossos cumprimentos à
Procuradoria-Geral do Município pelo proveitoso debate que propiciou no
andamento desse Processo, que foi elucidativo, e possibilitou a nós,
representantes do povo, decidir tendo uma visão geral do assunto.
Agora,
eu examinando a parte jurídica desse Processo, evidente que eu não sou
calculista, não peguei as plantas para calcular, se as dimensões que estavam
sendo apresentadas nas plantas, realmente, eram aquelas que estavam sendo
indicadas. E, muito menos, a questão do preço, aliás, a questão do preço sim,
porque dentro do Processo há uma tomada de preços médios na região onde está
sendo feito o negócio. Isso eu verifiquei.
Mas
o atilado Ver. João Dib, que é um calculista reconhecido, ele de cabeça, aqui
nesta tribuna, fez o cálculo e verificou que a área de um dos lotes não era a
área que estava sendo apontada. Então o processo deve ser refeito, deverão ser
reatualizados os preços constantes dentro desse processo. Só que eu chamo a
atenção ao seguinte: a questão jurídica, aprovada pela Comissão de Justiça, no
meu Parecer permanece incólume aqui. Foram errados os cálculos referentes ao
tamanho do terreno que está sendo oferecido. Mas quanto à negociação em si, ela
permanece incólume, não há nada a objetar com relação ao negócio em si.
O Sr. João Dib: Nobre Ver. Vicente Dutra, nenhum reparo à
colocação da Comissão de Justiça, que deve dizer da legalidade, da organicidade
de dar ou não o apoio para a tramitação. E a Comissão de Justiça fez isso.
Agora, a análise se faz na CUTHAB e na Comissão de Finanças, o que não
aconteceu uma análise criteriosa, tanto é que os erros foram constatados na
tribuna.
O SR. VICENTE DUTRA: Deixo registrado para os Anais essa minha
rápida explicação e, confirmando o que o Ver. João Dib está dizendo que, quanto
ao aspecto jurídico, o negócio está perfeito.
Acho
que a Cidade pode permitir a troca de um terreno que não é padrão, juntamente
com outro terreno que tem as dimensões, por um terreno que vai permitir a
construção de uma praça extremamente importante, num ponto destacado na cidade
de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
(Observação: Os discursos proferidos pelos Vereadores
João Dib, Antonio Hohlfeldt e Vicente Dutra referiram-se ao Projeto de Lei do
Executivo nº 16/92, que indevidamente constou na Ordem do Dia desta Sessão, uma
vez que na Sessão Ordinária do dia 04 de novembro este Projeto teve a sua
discussão adiada por cinco Sessões.)
O SR. PRESIDENTE: Eu gostaria de registrar, em nome da
Mesa, a presença em nosso Plenário do companheiro Darcy Galvã, Vereador do
Município de Coronel Vivida, Sudoeste do Paraná, desejar ao Vereador uma boa
estada entre nós e agradecer a honra da visita.
PROC.
Nº 2201/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 67/92, que autoriza o Executivo Municipal a
abrir créditos suplementares no valor de Cr$ 109.670.108.000,00 e dá outras
providências. Com Emenda.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CFO, CUTHAB e CEC. Relator-Geral,
Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto e Rejeição da Emenda nº 01.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, peço destaque para a
votação do Processo nº 2201/92, rubrica 21234-4311.00 – auxílio para despesa de
capital.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa requer a V. Exª, Vereador Dib, que
o faça por escrito para, no momento da votação, apreciarmos em destaque esta
rubrica orçamentária.
Consulto
o nobre Ver. Elói Guimarães, Presidente da Comissão de Justiça da Casa, se o
Processo já tem votação do Parecer e está em condição de votação. Pelo que
estou entendendo, estão sendo colhidas as assinaturas, Vereador Elói.
Enquanto
são colhidas as assinaturas do Parecer, a Mesa abre o período de discussão da
matéria. O Ver. João Dib inscreve-se para discussão. Dispõe V. Exª de cinco
minutos.
Repetindo,
estamos em discussão geral para posterior votação do Projeto de Lei nº 67/92,
de origem do Executivo, com Emenda do Ver. João Dib.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas o seguinte, nós
recebemos aqui o espelho, constando o relatório-geral. Eu não encontro o
relatório no material para exame aqui na mesa. O próprio presidente da Comissão
de Justiça informa que estão sendo colhidas assinaturas nesse procedimento
tradicional da Casa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa se compromete a, Ver. Isaac
Ainhorn, imediatamente após receber a coleta de assinaturas, reproduzir o
Parecer e distribuir a todos os Vereadores.
O SR. ISAAC AINHORN: Mas, Ver. Dilamar Machado, veja V. Exª
que para discutir o Projeto é importante se ter em mãos o Parecer, porque senão
é aquela velha história que o PT pratica aqui nesta Casa, empurrando tudo goela
abaixo, sem que possamos estabelecer uma discussão mais ampla dos Projetos.
Aliás, esta é a natureza do PT, nesses quatro anos aqui.
(Apartes
paralelos.)
O SR. ISAAC AINHORN: Eu quero o Parecer, só isso; quero
discutir com o Parecer em mãos.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, a Mesa registrou a
Questão de Ordem de V. Exª e ouve agora, em Questão de Ordem, o Ver. Clovis
Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Pediria a V. Exª, em nome da lisura desta
Casa; que esclarecesse ao Ver. Isaac Ainhorn que o PT não tem nada a ver com
isso, e ele está usando indevidamente uma Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe a manifestação de V. Exª,
não como Questão de Ordem, e recebe a manifestação do Ver. Isaac Ainhorn como
uma Questão de Ordem.
Nesse
sentido, vou suspender por dois minutos os trabalhos para que, colhidas as
assinaturas, seja reproduzido o Parecer, entregue a todos os Vereadores para
iniciarmos a discussão geral.
(Suspendem-se
os trabalhos às 9h54min.)
O SR. PRESIDENTE (às 9h58min): Srs. Vereadores, reabrimos os trabalhos
da presente Sessão, a Diretoria Legislativa está, neste momento, procedendo à
distribuição da cópia do Parecer do relator João Motta com relação ao Projeto
de Lei do Executivo nº 67/92. A Mesa concede a palavra ao Ver. João Dib, para
discussão.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
seriedade, responsabilidade, competência não fazem mal a nenhum político.
Seriedade, responsabilidade e competência, que às vezes eu não encontro na
Comissão de Finanças. Sr. Presidente, está sendo votada uma suplementação de
verbas de 110 bilhões de cruzeiros, em números redondos. Eu fiz a V. Exª um
Requerimento para que a Comissão de Finanças trouxesse as demonstrações das
razões do excesso de arrecadação, que me dissesse como foi estabelecida a
Urompa mês a mês, porque nos dados que me permitem as informações prefeitorais
e festejadamente me foram entregues pela Comissão de Finanças, do balancete,
deixam dúvidas cruéis. O Município, até agosto, arrecadou 425 bilhões de
cruzeiros, em números redondos e, também, em números redondos, gastou 355 bilhões
de cruzeiros, sobrando 70 bilhões de cruzeiros. Mas, já informei que no dia 13
de outubro, a Administração da Prefeitura tinha no BANERJ, na CEE, no BANRISUL,
na CEF, 80 bilhões de cruzeiros, em dados precisos aplicados no sistema
financeiro, buscando os recursos, é óbvio. Mas, com esse dinheiro era o
suficiente para pagar o funcionalismo municipal, de quem tem roubado salário,
desde julho do ano passado, roubado, agora eu vou dizer. E a Comissão de
Finanças não fiscalizou a lei 6855 e também agora não me respondeu de onde saiu
esse excesso de arrecadação, para que eu possa votar com a tranqüilidade que
deve ser votada. Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu chamo a atenção dos
senhores, o Prefeito está sendo acusado em todos os jornais de envolvimento com
as Empresas de Transportes Coletivo, está levado à Justiça, e está pedindo seis
bilhões e quatrocentos milhões, mais precisamente 6 bilhões e trezentos e
cinqüenta e nove milhões para dar às Empresas de Transporte Coletivo. Eu
perguntei, em 26 de junho, para a Secretaria Municipal da Fazenda para que
servia o dinheiro do PRODESCOL, a Fazenda não sabia me informar, o Dr. João
Verle tentou mas não soube informar. Mas estou induzido a pensar que tenha gato
na tuba, porque eu perguntei, já que a Fazenda não me informava, eu perguntei
ao Prefeito para que aquela verba do PRODESCOL, e o Prefeito não sabia, está
aqui assinado. Quanto aos beneficiários, valor e finalidade dependerão de
resolução do Conselho Diretor do programa que é composto por representantes de
diversas entidades, além da própria Administração, então ele não sabe, está
aqui assinado Olívio Dutra. E o que é o PRODESCOL? Art. 2º: Os recursos do
PRODESCOL objetivam prestar apoio financeiro ao desenvolvimento do Transporte
Coletivo no Município, exclusivamente para subsidiar encargos financeiros
assumidos pelas Empresas de Transportes Coletivos Urbanos no Município,
decorrentes de empréstimos para investimentos fixos na renovação de suas frotas
de ônibus e microônibus, é para dar para as empresas, está escrito aqui.
Segunda alternativa; proporcionar aplicação de recursos para implantação de
tarifas sociais no Transporte Coletivo Urbano realizado em linhas
comprovadamente deficitárias ou atendente de área economicamente carente,
ouvida a Secretaria Municipal de Transportes. Não tem nenhuma empresa
deficitária e o Prefeito acaba de provar, hoje, quando o Conselho Deliberativo,
na Lei Orgânica este Conselho Delibera, mas delibera lá na China, aqui no
Brasil não, aqui em Porto Alegre muito menos, o Conselho Deliberativo é de
brincadeirinha, concluiu que precisava dar uma tarifa de Cr$ 2.500,00 (dois mil
e quinhentos cruzeiros), mas o período é eleitoral, e o Doutor Olívio, sabendo
que não havia carência, nem necessidade, decretou os Cr$ 2.400,00. É uma violência
contra o povo de Porto Alegre. Não há empresa carente. A população está cansada
dos Cr$ 2.100,00 e já vem os Cr$ 2.400,00; isto é porque é antes de 15 de
novembro. Se fosse depois de 15 de novembro eu acho que seria Cr$ 2.800,00. De
qualquer forma, o PRODESCOL não pode ser acionado. Eu disse para a Secretaria
da Fazenda que admito a renovação da frota patrocinada pela Prefeitura, dentro
do que está escrito na Lei e que, portanto, não valeria retroagir. É claro que
tem algumas coisas obscuras no transporte coletivo que talvez tenham que ser
sanadas se a Câmara for complacente. O eminente Ver. João Motta dá o seu
parecer que teve apoio da maioria, mas ao qual fui contrário, dizendo que deve
ser aprovado, que está tudo claro, tudo tranqüilo. Não é verdade. Não está
tranqüilo e nem deve ser aprovado. (Lê.) “Vem a este Relator-Geral para Parecer
Conjunto pelas Comissões acima mencionadas, Processo que autoriza o Executivo a
suplementar Cr$ 110.000.000,00 e dá outras providências. O Projeto de Lei do
Executivo visa corrigir monetariamente as dotações autorizadas anteriormente
pelas Leis tais e tais tendo sido encaminhado a esta Casa através do Ofício de
21 de outubro do corrente ano.” Que pressa, hein? Mas, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não precisava isso aqui. A própria Lei que instituiu o Orçamento de
92 autoriza a fazer as modificações que pretende. “Somos favoráveis à aprovação
do Projeto de Lei. Com relação à Emenda nº 1, de autoria do Ver. João Dib,
somos contrários devido ao fato de que isso iria colocar em risco o perfil dos
investimentos que o presente orçamento contém.” Que brincadeira do Ver. João
Constantino Motta! Investimento no PRODESCOL. Mas se o PRODESCOL está parado
desde 1983; não tem sido dado retorno às empresas pela renovação de frota que
foi dado pelo plus tarifário.
O Prefeito hoje na Rádio Guaíba disse que foi com o dinheiro da população que compraram os ônibus da Tinga. Foi o Prefeito que disse, não fui eu. E, aí, ele diz que é nossa frota. Por que nossa frota? A frota da empresa, ele quer dar mais dinheiro? Isso me cheira muito mal e é por isso que até acredito no Tarso Fernando. O Tarso Fernando diz que vai alargar a Sertório. Eu, porque amo esta Cidade, como os demais 32 Vereadores amam também, estou dando a ele a oportunidade de ser honesto, de ser sincero, de ser real. Eu estou substituindo os seis bilhões, trezentos e vários milhões de cruzados do PRODESCOL para o alargamento da Sertório, para a repavimentação da Sertório que o Schirmer ou o Tarso, não me importa quem seja, hão de continuar, porque o grande Olívio vai começar uma medida que esta Casa lhe dará seis bilhões trezentos e setenta e oito milhões e novecentos mil cruzeiros. Eu estou dando ao Prefeito Olívio Dutra a oportunidade que eu espero que os Vereadores desta Casa, com a seriedade que têm, também dêem ao Prefeito.
Lamento
profundamente o parecer do meu querido Ver. João Motta, porque não vai alterar
nada dos investimentos da Prefeitura e sim melhorar. Até na rubrica que tem
aqui, quatorze bilhões para investimento nas vias públicas vai melhorar e muito
mais. E ninguém pode ter dúvida da necessidade de alargamento da Sertório e
repavimentação da mesma. Fica feito o destaque para votação desta rubrica e
também para depois votar a Emenda, esperando que a seriedade com que nós
tratamos o problema seja a tônica para
que a Sertório seja alargada e repavimentada. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta
Câmara tem uma história mais do que bicentenária e evidentemente que hoje, por
sua tradição, por sua história, ela não pode se transformar numa Câmara do “sim
senhor”, em uma Câmara do “amém”, Ver. Clovis Ilgenfritz. Eu acho que as
colocações de um Vereador diligente como o Ver. João Dib devem ser levadas a
sério, sobretudo pelos questionamentos que faz e pelas interrogações que
encaminhou, pelas preliminares que encaminhou para a Comissão de Finanças a fim
de aprovar o presente Projeto. É indispensável dizerem, num determinado
momento, que para instruir este Processo que o Executivo comprove com dados da
Receita efetivamente arrecadada o excesso de arrecadação que alega ter e que o
faça cabalmente, ou nós temos um mesmo discurso, Ver. Ferronato, aqui e na
televisão ou os nossos Vereadores das Bancadas oposicionistas têm discursos
uniformes com aquilo que os nossos candidatos e que nós dissemos lá fora ou nós
estamos em contradição, Ver. Luiz Braz, com aquilo que nós estamos afirmando.
Lá nós contestamos, aqui nós queremos subsídios para votar um Projeto de Lei e
esses elementos, esses subsídios, Ver. Ferri, até agora não chegaram aqui na
Casa. Evidentemente que são valores que exigem que haja uma resposta rápida,
porque a Cidade exige a autorização necessária legal para a suplementação de
valores a maior. Agora, vamos votar, sim, a qualquer momento, mas a qualquer
momento, mas que esses valores sejam trazidos ao conhecimento desta Casa, sob
pena de permanecermos com dois discursos: um discurso lá fora, e um outro
discurso aqui. E nós não podemos, efetivamente, fazer com que a Bancada
situacionista da Cidade de Porto Alegre apresente os elementos, esclareça –
talvez seja agora que o Líder da Bancada do PT venha aqui e faça os necessários
esclarecimentos e apresente os balancetes e os valores arrecadados – e
possamos, então, votar tranqüilamente essa suplementação solicitada pelo Sr.
Prefeito Municipal. Porque no Parecer, no lacônico Parecer do Vereador João
Motta, não tem nada com nada. Ele simplesmente redige e refere-se basicamente à
emenda e o que é a pretensão do Projeto e se encarrega, evidentemente, de
rapidamente fulminar a Emenda do Vereador João Dib. Só isso. E esta Casa vai
dizer “sim” a issto? Acredito que não. Ela pode, tranqüilamente, votar hoje à
tarde ou votar na segunda-feira, porque não haverá um prejuízo irreparável,
desde que esses dados sejam trazidos como preliminar fundamental para a
discussão desse Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Verle está com a palavra.
O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto que se discute visa, unicamente, a corrigir os valores de créditos
orçamentários aprovados por esta Casa em junho do corrente ano, autorizados
pelas Leis 7099 e 7100 de 29 de junho de 1992.
O
Vereador João Dib, sempre atento e preocupado com as questões relevantes da
Cidade e Projetos apresentados aqui, seja pelo Executivo ou por Vereadores
desta Casa, ocupou o microfone para fazer uma série de comentários na
quarta-feira, e distribuiu, inclusive por escrito uma série de argumentos que
nós, pessoalmente, fizemos questão de esclarecer. Hoje, quando ele assomou a
tribuna, imaginei que ia dizer e admitir que tinha se equivocado quando disse
que os valores aqui não eram simplesmente para corrigir as dotações daquele
crédito. Porque nós mostramos e ele admitiu que estava equivocado, mas não
assumiu aqui, desta tribuna, como penso que deveria fazer, porque todas as
dotações foram, sim, simplesmente corrigidas por 93,3%, nada mais, correspondendo,
portanto, ao IGP desse período.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. João Verle, se V. Exª fosse tão atento ao meu
pronunciamento, saberia que na quarta-feira eu disse que realmente eu tinha me
equivocado numa das rubricas que eu tinha verificado, mas que, depois, eu
verifiquei todas e dava exatamente 93,33%. Eu disse no microfone, no meu
pronunciamento. Isso pode ser verificado.
O SR. JOÃO VERLE: Eu não ouvi e peço escusas, então.
Gostaria, em todo caso, de dizer que afastado esse primeiro problema, o
segundo, e também aqui utilizado pelo Ver. Isaac Ainhorn, de que não há excesso
de arrecadação, é preciso demonstrar esse excesso de arrecadação. Bem, o Ver.
João Dib seguidamente, aqui e nas emissoras de rádio, na imprensa escrita, tem
dito que está sobrando dinheiro. Se está sobrando dinheiro, deve haver excesso
de arrecadação. É contraditório que sobre dinheiro e que não haja excesso de
arrecadação. Mas não sobra dinheiro, porque o dinheiro é parcimoniosamente
gasto, porque é assim que funciona uma administração que cuida do interesse da
cidade. Agora, nesse papel que foi distribuído pelo Ver. João Dib, ele faz uma
série de exercícios com os números e toma a dotação inicial e corrige pela
urompa até outubro, e diz que dá 915. Aí, compara com a receita, que não
corrige, porque a receita corrigida pelo IGP até agosto dá 976 bilhões, e
corrigida até outubro dá um trilhão e quatrocentos e setenta e dois bilhões. E
temos a receita de setembro e outubro para incluir. E tem mais: esta dotação
que se abre agora é para gastar até dezembro, e, portanto, até dezembro tem a
receita de novembro e de dezembro ainda. É uma autorização, porque quando se
aprova o Orçamento em janeiro, se colocam os valores que vão ser arrecadados e
gastos até dezembro do ano, mas neste processo inflacionário, é evidente que o
comportamento tanto da receita quanto da despesa não pode ser previsto.
Assim,
na projeção que fazemos até outubro a receita daria um trilhão e setecentos
bilhões.
Portanto,
há sim recursos suficientes pra cobrir essa dotação que se está propondo,
agora. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. Antonio
Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Não
vou-me ocupar dos números, porque não é da minha competência, não é área que
domino.
Mas quero recordar, aos Srs. Vereadores, que em primeiro lugar nós ouvimos ao longo, pelo menos do último ano, tanto do Ver. Wilson Santos, quanto de outros Vereadores, reclamação de que a Prefeitura deveria retomar os investimentos do PRODESCOL. O Ver. Wilson Santos cansou de repetir essa assertiva aqui, inclusive como uma alternativa de investimentos na área de transporte coletivo. Posição das poucas do Ver. Wilson Santos com a qual me identifico, porque acho que o encaminhamento correto, melhor, para questões ligadas à renovação de frota é uma coisa que está institucionalizada, se não me engano desde os tempos do Prefeito Vilella, que foi posteriormente interrompida ao tempo do Prefeito Dib e não mais retomada, e que corretamente o Ver. Wilson Santos levantava como uma alternativa que se retomasse urgentemente. Portanto, o que está fazendo a Administração neste momento inclusive é atender a uma alternativa que foi levantada a partir desta Casa que é investimento no PRODESCOL. Isso se é que, e eu estou me valendo pura e simplesmente da colocação da Emenda do Ver. João Dib, porque no Projeto não existe nenhuma menção específica ao PRODESCOL, mas imagino que pela rubrica utilizada, pelo projeto original do Município, identificada pela Assessoria do Prefeito João Dib, exatamente seja essa rubrica necessária identificada com o PRODESCOL. Então estaria a Administração cumprindo com o seu dever, inclusive aceitando uma orientação, uma sugestão que partiu desta Casa.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) A título de esclarecimento, pela experiência de V. Exª nessa área,
nesse momento, se nós autorizarmos essa verba que foi identificada como sendo
uma rubrica ao PRODESCOL, e se mantivermos a mesma sistemática existente na
metodologia de cálculo da tarifa para renovação de frota, onde tem sido
exatamente a razão, uma das razões maiores do aumento da tarifa do transporte
coletivo, então nós teríamos duas fontes de renovação de frota, Vereador?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Vereador Isaac Ainhorn, eu não saberia
lhe responder objetivamente, mas quando sair da tribuna vou fazer um contato
com a SMT. Mas eu diria em tese que poderá ocorrer a duplicação, poderá ocorrer
a substituição e poderá ocorrer uma terceira alternativa. Substituição que eu
digo é deixar de haver esse cálculo atual e a substituição pelo PRODESCOL e
poderá haver uma terceira alternativa que seria esse investimento do PRODESCOL,
não a título de fundo perdido, como tem sido a tradição do PRODESCOL, mas a
fundo de empréstimo, a título de antecipação de valores para o pagamento dos
consórcios que estão sendo realizados, ou abertura, ou saldo de consórcio dos
ônibus, que V. Exª sabe, são feitos a partir de 36 meses, não existe nenhuma
participação do Governo Federal como ocorria tradicionalmente e que então se
diminuiria o saldo devedor hoje existente. Ao sair da tribuna vou fazer o
contato com a SMT para ter essa resposta ou pelo menos um esclarecimento a V.
Exª, porque neste momento eu não sei
dar a resposta a V. Exª. O que eu quero registrar, independente da questão que
o Ver. Isaac Ainhorn levanta é que de toda maneira nós estaremos retomando uma
alternativa que me parece extremamente interessante que é o PRODESCOL, que em
torno de 1986, inclusive um projeto de minha autoria modificou a composição do
seu Conselho Administrativo, o seu Conselho de Acompanhamento das Atividades e
que abriu esse Conselho à participação das entidades civis, de um modo geral,
da Cidade de Porto Alegre. Então me parece que independente da questão se
existe ou vai haver uma dupla inserção de verba na área do transporte coletivo,
eu gostaria apenas de deixar registrado isso: O PRODESCOL, a retomada de investimentos
através do PRODESCOL foi inclusive uma questão levantada por esta Casa diversas
vezes a partir do Ver. Wilson Santos que está sendo respeitado, atendido pelo
Executivo Municipal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Próximo Vereador inscrito é o Ver. Omar
Ferri.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
sempre fui claro com relação ao meu posicionamento relativamente à lei de cunho
orçamentário-financeiro. Sempre afirmei nesta tribuna que neste setor eu tenho
realmente limitações, isto é, não sou doutor no assunto e não me expresso com
conhecimento de causa de tal maneira abrangente que pudesse discutir com os
demais colegas que conhecem melhor do que eu o assunto orçamentário. Mas vejo que
este Projeto de Lei enviado pelo Prefeito Municipal que autoriza o Executivo
Municipal a abrir crédito suplementar no valor de cento e nove bilhões,
seiscentos e setenta milhões de cruzeiros não é outra coisa senão a aplicação
de correção monetária à dotações orçamentárias autorizadas pelas Leis nºs 7.099
e 7.100, aprovadas pela Casa em 29 de junho do corrente ano. Como se sabe,
naquela ocasião a Casa abriu créditos adicionais de aproximadamente de 6 e de
50 bilhões de cruzeiros. Essas correções indicam, como se afirmou dessa
tribuna, em encontrar uma verdadeira cifra para o Orçamento geral do Município
para o exercício de 1992, que atingiria a quantia de um trilhão e setecentos
bilhões de cruzeiros. Divididos por 300 dias, que são, mais ou menos, os dias de
atividade normal do Município de Porto Alegre, em obras e serviços, nós
chegaríamos a uma conclusão que o Município poderia dispor da verba diária para
aplicar na Administração, se não estou errado com relação a números, Ver. João
Dib, não entendo bem de números, mas o Município disporia diariamente da
quantia de cinco bilhões e seiscentos milhões de cruzeiros. Mas acontece que
essa correção é a partir de agosto do corrente ano, descontados os 355 bilhões
gastos até agosto, segundo os balancetes informam, nós dividiríamos uma quantia
aproximada de um trilhão e quatrocentos bilhões de cruzeiros, pelo espaço, mais
ou menos, de 100 dias, de agosto até dezembro, o que daria uma quantia
aproximada de 14 bilhões de cruzeiros diários de que o Município de Porto Alegre
pode dispor, se não estou enganado, Sr. Verle. Eu apenas estou dividindo um
trilhão e quatrocentos bilhões pelos meses de setembro, outubro, novembro e
dezembro. E chego à espantosa quantia aproximada, não sou técnico, não sou
matemático, de 14 bilhões de cruzeiros, e pode ser menos, pode ser 10 bilhões
de cruzeiros, e a Prefeitura pode dispor diariamente dessa quantia. Portanto,
uma quantia apavorante, tal o montante de recursos postos à mão da
Administração Pública, todos os dias, até o fim do mês de dezembro. É uma
quantia cósmica, estratosférica! Isso, para mim, cheira a manipulação. Eu acho
que o Ver. Dib tem razão: por que dar mais dinheiro ainda para a renovação da
frota do ônibus, depois da possibilidade dessa percentagem estar incluída na passagem
normal de ônibus, depois dessa percentagem estar incluída também no plu”
tarifário, dar mais dinheiro para um PRODESCOL que há mais de dez anos não
funciona? É quase um mistério para nós.
Por
isso, para concluir, acho que a Câmara poderia aprovar esse dinheiro que está à
disposição, pois ele deve ser aplicado, ele deve ser administrado, tem que se
fazer obras, canalizações, asfaltamentos. Tem dinheiro sobrando. Mas, dar
novamente dinheiro ao transporte coletivo? Isso causa espécie! Razão porque a
minha posição é muito clara: eu aprovo o Projeto de Lei, mas aprovo também a
Emenda apresentada pelo nobre Ver. João Dib. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão.A Mesa vai colocar
em votação o Projeto com ressalva do Destaque e da Emenda. Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que aprovam o Projeto permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Será votada a parte destacada pelo Ver. João Dib. Rubrica 21234-4311.00.
Solicito
ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal para a votação.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada.) Sr. Presidente, 12
Srs. Vereadores votaram SIM, 13 votaram NÃO e 01 ABSTEVE-SE
de votar.
O SR. PRESIDENTE: REJEITADA a parte destacada.
(Votaram SIM os Vereadores: Airto Ferronato, Edi Morelli, Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros, Luiz Braz, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra, Mário Fraga, Letícia Arruda e Manira Buaes. Votaram NÃO os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, ClOvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, João Motta, João Verle, José Alvarenga, Adroaldo Corrêa, Cyro Martini, Ervino Besson, Lauro Hagemann e Dilamar Machado. ABSTENÇÃO do Vereador Gert Schinke.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda de autoria do Ver.
João Dib. Nós iremos fazer o mesmo processo de votação nominal. Os Vereadores
que estiverem de acordo com a Emenda votem “sim” e os contrários manifestem
“não”.
Questão
de Ordem, com o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
eu levanto a seguinte Questão de Ordem: eu entendo que derrotado o pedido de
destaque do Ver. Dib, ficou prejudicada a Emenda. Eu gostaria de ouvir a
Auditoria da Casa sobre o assunto.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, V.Exª tem, entre
outros atributos, a responsabilidade de ter sido Presidente da Casa,
indiscutivelmente, o destaque tem um efeito e a Emenda do Ver. Dib tem outro
efeito, porque ela transfere verba de uma rubrica para outra. O destaque apenas
excluía. A Presidência apenas entende de pleno que descabe a Questão de Ordem
de V. Exª, no entanto, lhe dá o pleno direito de qualquer recurso que entender.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu respeito a Presidência, agora, eu
quero deixar registrado o meu entendimento contrário no sentido de que o mérito
maior da questão era exatamente mudar a proposta original, e nesse sentido ela
saiu prejudicada. Então, eu entendo que houve prejuízo à Emenda, mas eu
respeito a decisão de V. Exª.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca em votação a Emenda de
autoria do Ver. João Dib, com Votação Nominal. A partir de agora o Ver. Clovis
Ilgenfritz colhe os votos.
O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada.) Sr. Presidente, 15
Srs. Vereadores votaram SIM, 10 votaram NÃO e 01 ABSTEVE-SE
de votar.
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda.
(Votaram SIM os Vereadores: Airto Ferronato, Artur Zanella, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Mano José, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Mário Fraga e Manira Buaes. Votaram NÃO os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, João Motta, João Verle, José Alvarenga, Lauro Hagemann, Adroaldo Corrêa e Cyro Martini. Abstenção do Vereador Gert Schinke.)
O SR. PRESIDENTE: Requerimento de autoria do Ver. João
Verle, solicitando seja o PLE nº 67/92 dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, a Mesa gostaria de
alertar aos Vereadores aqui presentes que a partir desta data e até o dia 18 do
corrente mês, o Projeto do Orçamento do Município estará com a Comissão de
Finanças e Orçamento. E a data limite para a apresentação de Emendas é dia 18 de
novembro, diretamente com a CFO.
PROC.
Nº 745/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 17/92, que autoriza alienação parcial de imóvel
dominial do Município a Geni Ivone Milhoranza, na forma do parágrafo único do
art. 12 da LOM.
Parecer:
- da CJR. Relator, Ver. João Motta: pela aprovação.
- da CFO. Relator, Ver. Luiz Braz: pela aprovação.
- da CUTHAB. Relator, Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a
discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento
de autoria do Ver. João Verle, solicitando seja o PLE nº 17/92 dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
Nº 1444/92 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 33/92, que cria cargos no Departamento Municipal
de Água e Esgotos e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator, Ver. Omar Ferri: pela aprovação.
- da CFO. Relator, Ver. João Verle: pela aprovação.
- da CEDECON. Relator, Ver. Edi Morelli: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a
discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento
de autoria do Ver. João Verle, solicitando seja o PLE nº 33/92 dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
Nº 1116/92 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 87/92, do Ver. Antonio Hohlfeldt, que modifica a
redação do artigo 2º da Lei nº 6892, de 12 de dezembro de 1991, e dá outras
providências.
Parecer:
- da CJR. Relator, Ver. Elói Guimarães: pela aprovação.
- da CUTHAB. Relator, Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação.
- da CEDECON. Relator, Ver. Edi Morelli: pela aprovação.
- da COSMAM. Relator, Ver. Gert Schinke: pela aprovação.
Observação:
- O material referente a
este Projeto foi publicado na Sessão Ordinária do dia 16 de setembro de 1992.
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra, para encaminhar, o
Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores eu
gostaria de ter a audiência dos Srs. Vereadores, dado que este Projeto, a meu
entender, foi aprovado num período natural de preocupações dos Srs. Vereadores
nos dias que antecediam a data de 03 de outubro. É um Projeto de autoria do
Ver. Antonio Hohlfeldt que procura estabelecer ponto fixo, exatamente no
perímetro central da cidade de Porto Alegre. Se nós fizermos uma análise das
cidades brasileiras, nós vamos concluir que nenhuma cidade tem o ponto fixo nos
seus perímetros centrais. É o caso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de Porto
Alegre, embora relevante o ponto onde se pretende colocar, tratando-se de uma
Casa de saúde, a Santa Casa, mesmo assim não há justificativa na medida em que
seria criar um problema insustentável para o sistema de táxis em Porto Alegre.
A periferia da Cidade vem para o Centro da Cidade. Imaginem, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, começar-se a estabelecer pontos fixos no Centro de Porto
Alegre. Atualmente, aquele ponto na Santa Casa, que é um ponto livre, ali
estacionam permanentemente, há uma demanda, uma oferta de táxis. Estabelecido o
ponto fixo, o que vai acontecer? Vai acontecer que 10, 15, 20, 25, 30
permissionários ali vão se adonar, porque o ponto fixo, na realidade, é isso, é
uma apropriação por determinados permissionários de um determinado ponto e os
outros não podem estacionar. Agora, imaginem, naquela área da Cidade
permitir-se o referido ponto fixo. É um privilégio, eu diria, Vereador Omar
Ferri, odioso na medida em que cria, no perímetro central de Porto Alegre, um
privilégio para 20, 30. Estarão-se beneficiando 20, 30 táxis e prejudicando 30
mil táxis em Porto Alegre. Aliás, este Projeto não é bom até sob o ponto de
vista eleitoral, é um Projeto perigoso, eu até diria ao Ver. Antonio Hohlfeldt,
não é a sua intenção, o seu objetivo é resolver o problema daquela situação da
Santa Casa, que é relevante, eu concordo com S. Exª, mas nós não podemos abrir
esse precedente, porque estaremos comprometendo profundamente o sistema de
táxis em Porto Alegre e, evidentemente, num período como este, que a dez dias
da eleição a aprovação de um Projeto desses por um dos partidos que está
disputando as eleições, eu não estou fazendo nenhuma ameaça, apenas colocando
algo que me parece que nós devemos revisar, é, do ponto de vista do sistema, e
do interesse até mesmo das pessoas, que ali não se estabeleça ponto fixo, até
porque, em pensar adversamente, nós estaríamos admitindo que os pontos livres
em Porto Alegre não detêm credibilidade. É um dos fundamentos do Projeto do
Ver. Antonio Hohlfeldt, que quer garantias àquelas pessoas que ali vão procurar
socorro e que muitas vezes são enganadas.
Então
me parece que o Projeto não localiza a causa do problema; não é colocando ponto
fixo ali que nós vamos resolver a questão exemplificativamente trazida nas
razões da Exposição de Motivos sobre o comportamento ético do motorista de
táxi.
Eu
chamaria a atenção da Casa para dizer que o Projeto, do ponto de vista do
sistema de táxis em Porto Alegre, e é bom que se diga – eu tenho uma posição
pública de defesa do sistema de táxis em Porto Alegre -, que em Porto Alegre se
presta um bom serviço de táxi – é o meu entendimento firmado, com base em
estatísticas de várias cidades brasileiras. Então me parece que, embora as
intenções boas do Ver. Antonio Hohlfeldt, nós não podemos abrir esse
precedente, pois do contrário nós vamos pulverizar o Centro da Cidade em pontos
fixos e estaremos afastando do Centro da Cidade nada menos do que 3.000, 4.000
táxis que vêm dos bairros trazer passageiros e não poderão pegar passageiro no
Centro da Cidade.
Essas
são as observações que eu faço. Solicitaria aos Srs. Vereadores que revisassem
a votação que efetuamos na vez passada. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Inscrito, para encaminhamento, o Ver.
Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na
argumentação do Ver. Elói Guimarães, o Projeto que ora propomos estaria criando
odioso privilégio a alguns taxistas, que nós não sabemos quais sejam, porque
será uma questão de licitação da SMT, se aprovado o Projeto, que receberiam
permissão para um ponto fixo junto à Santa Casa.
Eu
apresento o outro lado do odioso privilégio: são aqueles pontos fixos já
existentes anteriormente à Lei 5456 e que ficaram sacramentados para toda a
eternidade, amém.
A
verdade é que no perímetro central da Cidade, definido e estabelecido pelo
Projeto de Lei transformado em Lei, de autoria do Ver. Elói Guimarães, a lei
5456/84 e, depois a Lei 6892/91, não se proibiram pontos fixos no perímetro
central da Cidade, se proibiram novos pontos fixos, ou seja, se oficializou um
odioso privilégio a quem já tinha ponto fixo. Esse é o primeiro argumento que
queria trazer aqui, contraditando o Ver. Elói Guimarães.
O
segundo argumento é de que prejudica os taxistas ou o sistema de táxi como um
todo. Srs. Vereadores, o que nós vamos discutir e decidir, aqui, hoje, é o
seguinte: se nós vamos votar a favor de 4 mil taxistas ou se vamos votar a
favor de um milhão e poucos habitantes e visitantes desta Cidade que vêm,
eventualmente, ocupar os serviços da Santa Casa de Misericórdia. Eu sou pela
população. Não sou contra o taxista, mas sou contra defesas corporativistas. É
o caso típico. Para defender uma classe, eu vou arrasar com a população. É por
isso que estamos apresentando este Projeto, porque quero defender o cidadão
que, vindo de um bairro da Cidade ou sobretudo vindo de fora de Porto Alegre,
não por vontade própria, mas por necessidade de hospital, quando sai desse
hospital, e ninguém usa a Santa Casa por ser rico, pega um táxi na frente desse
hospital, porque ali nem ponto livre existe, pega um táxi ao léu e corre o
risco de ser roubado por um mau profissional, que vai passear na Cidade. Vejam
V. Exªs que já é facilitado o roubo e o passeio pelo próprio plano viário da
Cidade, porque tem que fazer milhares de desvios, saindo da Santa Casa, vai
pela Independência, contorna pelo Viaduto, entra pela Sarmento Leite, Osvaldo
Aranha, Túnel da Conceição, para chegar lá na Rodoviária. Agora, imaginem o
coitado do interior, que não sabe bulhufas dessas ruas do Centro da Cidade e
das mãos obrigatórias a serem seguidas. O que nós queremos coibir é o mau
profissional. E daí não tem saída. É só mediante a criação de um ponto fixo.
Por quê? Porque num ponto fixo tem táxis identificados e, se houver uma queixa
contra aquele motorista, o delegado do ponto fixo é responsável pela penalidade
a ser aplicada. Sem ponto fixo, como o cidadão roubado vai dizer: fui roubado
por um dos 4 mil taxistas da Cidade. E a SMT vai fazer o quê? Vai dizer para o
cidadão identificar o táxi? É este o problema objetivo, Srs. Vereadores. O que
vamos decidir hoje, aqui, é para proteger 4.000 taxistas ou proteger um milhão
e pouco de pessoas que vêm à Santa Casa, vindas do interior? É esta a discussão.
Terceiro
elemento: eleição. Srs. Vereadores, depois de dez anos acho que o Ver. Elói me
conhece. Eu não vou deixar de apresentar um Projeto ou mudar de posição
simplesmente por uma questão eleitoral. Se 4.000 taxistas decidirem votar
contra o Tarso porque este Projeto vai ser aprovado, prefiro ficar com o voto
de um milhão de pessoas que vão estar sendo protegidas pelo Projeto. É uma
questão simples: eu vou ficar com a minha consciência sem nenhum problema. Vou
defender a população, pois é para isto que estamos aqui.
E
o último elemento é a respeito do Ver. Dib, que respeito muito, mas que em
pronunciamentos anteriores, disse que vota contra o Projeto simplesmente pela
redação. A minha redação exposta à exploração deplorável de maus profissionais
não generaliza a questão. Eu pediria que V. Exª não votasse “sim” ou “não” ao
Projeto pela sua redação, mas pelo seu eventual mérito.
São
estas as nossas colocações, sem nenhuma paixão, tentando apenas trazer aqui o
bom-senso com relação a esta questão. Nós não estamos abrindo o perímetro
central para pontos fixos genericamente, mas para um hospital. Quando se criou
a proibição, todos os hospitais do perímetro central ficaram com um ponto fixo,
menos um. Falha nossa, de legisladores. E isto vem prejudicando exatamente
aquele cidadão mais pobre que vem buscar os serviços da Santa Casa. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, desde o
início, nos manifestamos contrários ao Projeto do Vereador Antonio Hohlfeldt,
porque, na verdade, o que quer o Ver. Antonio Hohlfeldt é atender interesses de
alguns taxistas que resolveram colocar um ponto fixo no Centro da Cidade.
Procuraram o Ver. Antonio, poderiam ter procurado qualquer Vereador aqui da
Casa, e o Ver. Antonio resolveu atender o interesse desses taxistas para
colocar aquele ponto de táxi. Tem problema o sistema de táxi da Cidade? Claro
que tem. É confiável o taxista? Eu pergunto qual o setor da sociedade, hoje,
que é confiável? Nenhum setor. Se o problema está em pegar o táxi, o cidadão
corre o perigo de ser roubado. Acho que cabe à Secretaria Municipal dos
Transportes, a SMT, proceder a um recadastramento de todos os taxistas, porque
se esse problema está colocando em perigo a segurança do cidadão, é dever da
municipalidade, é dever da Secretaria Municipal dos Transportes fazer todo o
possível para que este perigo seja minimizado. A única forma de fazer isso é,
exatamente, proceder ao recadastramento. Vamos ver quem é ou está operando o
sistema de táxi da Cidade.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: Estou de acordo, Vereador. Estou de
acordo e na época em que fui Secretário não tive o apoio para fazer isso.
O SR. LUIZ BRAZ: Deste Vereador, pode ter certeza de que
sempre teria e sempre terá o apoio para proceder a esse recadastramento, porque
eu também já tenho recebido várias queixas, várias reclamações de pessoas que
utilizam táxi e que, de repente, são lesadas pelos maus taxistas. Agora, não
pode toda a categoria pagar por uma meia dúzia, pagar por alguns. Então, é
dever da Secretaria Municipal dos Transportes tentar sanear a lei. Vamos tentar
dar um jeito nessa situação. Acredito que não é criando um ponto fixo de táxi
no Centro da Cidade, o único ponto fixo de táxi no Centro da Cidade, que nós
vamos resolver a situação. Não é por aí a solução. Até porque nós estaríamos
desatendendo a todos os taxistas e, tenho certeza absoluta, não estaríamos
atendendo os interesses, também, da população, os interesses maiores da população.
Então somos contrários, e já tínhamos manifestado ao Ver. Antonio Hohlfeldt
esse nosso posicionamento, somos contrários a esse Projeto de Lei do Ver.
Antonio Hohlfeldt, não porque o Ver. Antonio Hohlfeldt está querendo favorecer
a população, nós seríamos favoráveis a qualquer Projeto nesse âmbito, mas
porque, na verdade, o que o Ver. Antonio Hohlfeldt faz é atender quatorze
pessoas que se reuniram ou algumas pessoas que se reuniram e que resolveram
colocar um ponto de táxi no Centro da Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
ilustre Ver. Antonio Hohlfeldt, desta tribuna falou dos seus conhecimentos de
Português, conhecimentos que eu reconheço e, freqüentemente, uso para ser bem
informado, mas eu leio as coisas que estão escritas e leio até aquelas que não
estão escritas. Por exemplo, o caso da verba anteriormente votada aqui, da Av.
Sertório, e da suplementação de verbas no montante de 110 bilhões de cruzeiros,
não estava escrito que a Prefeitura empenhou sem ter verbas necessárias para o
empenho. O Projeto entrou aqui pedindo autorização para os 110 bilhões de
cruzeiros no dia 21 de outubro, dia 22 eu já estava analisando com a minha assessoria
o Projeto. Dia 23, nós já estávamos inclinados a pensar que o problema todo era
o empenho sem verbas suficientes para os mesmos. Então veja, não estava escrito
e eu li, mas agora aqui está escrito: ficaram os pacientes, sobretudo no caso
da Santa Casa de Misericórdia expostos à exploração deplorável de maus
profissionais que, na maioria dos casos, aproveitando-se do desconhecimento da
Cidade apresentado pelos passageiros, passeiam pela Capital ou utilizam
procedimentos escusos: uma chamada bandeira dois 2, com o fito de maior
lucratividade.
Evidentemente,
essa foi uma das razões pelas quais eu me manifestei contrariamente à
implantação do ponto fixo. Mas deve estar lembrado o ex-Secretário Antonio
Hohlfeldt, e o ex-Secretário Elói Guimarães, que o Secretário de Transportes –
como eu também fui – no momento da instituição da Lei dos Táxis, lá em 1971 ou
1972, não queria pontos fixos no Centro da Cidade, para que se desse
oportunidade a todos. Agora, não vou aceitar, porque aqui não diz quem é o mau
profissional, mas dá a impressão de que todos aqueles que chegam no
estacionamento da Santa Casa são maus profissionais, que exploram pessoas que
desconhecem a Cidade e, principalmente, estão doentes e até não têm raciocínio
suficiente para buscar a solução.
Eu
acho que há motoristas de táxi que são sensacionais. Eles até devolvem dinheiro
esquecido nos carros. Ora, se não podemos elogiar os bons, não vamos fazer os
bons parecerem maus.
Então,
pela Exposição de Motivos, vou votar contrariamente, mas também porque entendo
que outros pontos de táxi no Centro da Cidade, que não são fixos, já estão-se
movimentando e querem-se transformar em pontos fixos, o que dificultará os 3915
táxis de Porto Alegre, que é um número excessivo para a Capital. E, se nós
restringirmos mais ainda, a coisa vai complicar.
Os
taxistas também são povo, os taxistas também são Porto Alegre.
Votarei
contrariamente ao Projeto do Vereador Antonio Hohlfeldt. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em
votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO.
PROC.
Nº 1356/92 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 34/92, do Ver. Leão de Medeiros, que valoriza a participação e
atuação dos detentores de títulos honoríficos conferidos pela Lei nº 1534, de
22.12.1955, e pela Resolução nº 731, de 10.12.1979. Com Emenda nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator, Ver. Vicente Dutra: pela aprovação do Projeto com a
Emenda nº 01.
- da CEC. Relator, Ver. Décio Schauren: pela rejeição com a Emenda nº
01.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a
discussão. Em votação.
O SR. OMAR FERRI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, algumas coisas nesse
Projeto de Resolução não estão bem claras. Eu apelaria ao Ver. Leão de Medeiros
para que fizesse o encaminhamento pelo PDS para que se pudesse fixar uma
posição.
O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, gostaria
de formalizar um Destaque para o art. 2º do Projeto do Ver. Leão de Medeiros
que diz que em todos os eventos festivos promovidos por este Legislativo, os
agraciados serão convidados especiais. Obviamente que isso implicaria que em
cada evento de qualquer natureza todos os agraciados iriam receber convites
especiais elaborados pela Casa, com toda a despesa que isso acarretaria para o
Legislativo.
Já
conversei com o Vereador Leão de Medeiros, autor do Projeto, S. Exª concorda
com o Destaque para que esta parte do Projeto seja excluída.
Então,
estou encaminhando, formalmente, pedido de destaque para o Art. 2º.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe o pedido. Encaminha o
Vereador Leão de Medeiros.
O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O que
leva um representante do povo a indicar alguém para receber o título de Cidadão
emérito, ou Cidadão de Porto Alegre? Evidentemente que é o enquadramento na
lei, nos dois Projetos de Resolução que regulam a matéria. Ou seja, indicadas
pessoas que, pela sua área de atuação, pelo que fizeram pela Cidade de Porto
Alegre, merecem a distinção de serem privilegiados entre aqueles cidadãos que
aqui residem. Pelo seu passado, pela expectativa do seu futuro, mereceram a
honraria daquele Vereador que propôs a indicação. E se o seu nome foi aprovado
pela Câmara é porque mereceu a honraria de toda a Cidade de Porto Alegre. E
como se procede a solenidade, a entrega do respectivo diploma? Há todas as
pompas no momento de sua entrega. E depois essa pessoa, realmente valorizada
pela Cidade de Porto Alegre, é praticamente esquecida pela própria Casa que o
homenageou.
Todos
nós, Srs. Vereadores, em várias e sucessivas Legislaturas apresentamos nomes de
pessoas que se distinguiram para receber a homenagem da Cidade. E depois,
passado o evento, passada a cerimônia da entrega, o diploma fica no fundo de
uma gaveta, porque a própria Casa que os homenageou não mais os atraem para o
ambiente da Cidade.
Por
isso o objetivo deste Projeto de Resolução é exatamente criar um vínculo maior
com aqueles que foram distinguidos através dos tempos, com a homenagem que a
Cidade lhes prestou.
O
Projeto é singelo. Pretende manter o elo de ligação e valorizar cada vez mais
os Títulos de Cidadão Emérito ou de Cidadão de Porto Alegre. Tolice sim é o que
constou no voto do Relator da Comissão de Educação, que o Projeto não é
importante. Se este Projeto não é importante, eu fico pensando do que valeu a
esta Casa homenagear o grande Paulo Freire, que deu para este País o seu método
reconhecido mundialmente e também aplicado em Porto Alegre de alfabetização?
Surpreendentemente o autor daquele Projeto é o mesmo Vereador que deu o seu
Parecer no sentido de que esse Projeto de Resolução em votação não é
importante. Se este Projeto de Resolução que procura enaltecer àquelas pessoas
que se distinguiram na comunidade de Porto Alegre, não é importante, eu fico
duvidando da importância do Projeto do Ver. Décio Schauren que concedeu o
Título de Cidadão privilegiado desta Cidade ao Profº Paulo Freire. É importante
sim, porque cria um elo de ligação. Todos os agraciados, todos os homenageados
que vêm a esta tribuna agradecer a homenagem, todos eles, dizem que não se
sentiam merecedores da homenagem, que esta Casa, com a sua sensibilidade,
através dos anos os distinguiu. E todos eles se propõem a trabalhar mais ainda
em reconhecimento pela homenagem que a Cidade lhes deu. E a oportunidade é
exatamente esta: que eles mantenham o vínculo de ligação com a Casa.
O
Projeto prevê que o Cerimonial desta Casa os relacione e tenha, nas suas
atribuições o relacionamento do acervo dos agraciados da concessão dos títulos
e que se possibilite até a criação de uma entidade que reúna esses cidadãos que
mereceram a distinção da Casa. Porque, se temos tantos Conselhos em Porto
Alegre: de educação, saúde, por que não aproveitá-los também para ouvi-los, num
apoiamento à própria Casa, e até incluí-los, já que são cidadãos que estão
acima da medianidade, dos demais cidadãos da cidade. Poderão eles, através de
uma entidade própria, assessorarem a própria Casa.
Portanto,
o Projeto visa exatamente a isso. Não tem nada mais. Com iso se evitaria também,
Sr. Presidente, o que ocorreu nesta Legislatura; recentemente, um mesmo cidadão
do mundo recebeu o título duas vezes desta Casa. Refiro-me a Nelson Mandella,
que, por ausência de conhecimento do autor dos poucos acervos da Casa, renovou
a esse cidadão o título que já havia recebido em outra Legislatura.
É
este o objetivo do Projeto: organizar o acervo daqueles que realmente mereceram
a distinção da Cidade com o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre.
Obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pela Bancada do PDT, o Ver.
Omar Ferri.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este
Vereador tem dúvidas com relação ao presente Projeto de Resolução apresentado
neste Plenário pelo Ver. Leão de Medeiros.
Entende
o Ver. Leão de Medeiros de valorizar a participação e a atuação dos detentores
de títulos honoríficos, concedidos através de Projetos de Resolução por esta
Casa. Vamos analisar, embora superficial e rapidamente, vamos entender de
aplicar os nossos pequenos conhecimentos de hermenêutica ao Projeto de
Resolução do Ver. Leão de Medeiros. O Art. 1º diz que todos os agraciados com
títulos honoríficos terão livre acesso às dependências desta Casa. Este Art. 1º
é inócuo, na opinião deste Vereador e com todo o respeito ao Vereador
proponente, porque este Vereador entende que toda a população de Porto Alegre,
do Rio Grande do Sul e qualquer pessoa tem o direito de livre acesso e livre
circulação nas dependências da Casa.
Portanto,
o Art. 1º é o inócuo, ou vazio, ou inóspito, ou despido de substância para que
pudesse ser apreciado pela Casa.
O
Art. 2º já foi destacado pelo nobre Ver. Dilamar Machado e este artigo dispõe
que em todos os eventos os agraciados seriam convidados especiais.
Ora,
Sr. Presidente, eu não entendo por que esta Casa deveria ao longo, pelo menos
uma ou duas vezes por semana, quando se processam as solenidades, eu não
entendo por que se deveriam estender convites às pessoas agraciadas, se esse
fato implica num aumento desnecessário de despesa pública, isto é, de despesa
orçamentariamente consignada em benefício da Câmara de Vereadores.
O
artigo terceiro dispõe que “ficam a partir desta data sob a responsabilidade do
cerimonial desta Casa os registros e o acervo relacionado a concessão de
honraria.” Olha, eu até registro que acervos tudo bem, acho que a Casa deveria
até através, de um pedido de providências, Ver. Leão de Medeiros, um simples
ofício ao Sr. Presidente para que o Sr. Presidente determine ao cerimonial da
Casa que providencie no registro e no acervo de pessoas que foram agraciadas
com Títulos Honoríficos pelos Srs. Vereadores. Agora, veja bem, Ver. Leão de
Medeiros, no artigo 4 diz: (Lê.) Não! Eu acho que a Casa não tem nada a ver com
uma associação, com um sindicato, com um órgão ou com uma entidade que eles
livremente podem instituir sem a interferência da Casa, sem a obrigatoriedade,
sem que a Casa determine, isso é problema deles, não é problema nosso! Ainda
mais, segundo a Exposição de Motivos do Ver. Leão de Medeiros até permite, e
enseja a possibilidade de que se instale nos próprios do Legislativo Municipal
uma sala, um local onde eles possam se congregar e criar nesta Casa uma sala
para uma entidade que futuramente poderá ser criada ao critério subjetivo de
terceiras pessoas que não têm nada a ver conosco. É uma associação livre, que
eles criam se quiserem criar.
Perdoe-me,
Ver. Leão de Medeiros, com todo o respeito, eu não posso entender que o Sr.
Mandela e o Sr. Paulo Freire, um viaja da África e o outro do Rio de Janeiro,
venham para cá participar de reuniões para fundar entidades. São as pessoas
mais importantes, e já foi concedido e a Casa e o Município já os homenageou,
já valeu, já se consumou com o objetivo.
Então
Ver. Leão de Medeiros, eu pessoalmente vou votar contrariamente à proposição de
V. Exª, com todo o respeito. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é o Ver. Antonio
Hohlfeldt. Ausente.
Encerramos o período de encaminhamento.
Não
havendo “quorum” para a votação, levantamos os trabalhos da presente Sessão.
(Levanta-se
a Sessão às 11h32min.)
* * * * *